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2° Encontro das Bandeiras do Divino de Penha e Barra Velha

  • Foto do escritor: Rede BV
    Rede BV
  • 12 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Festa do Divino Espírito Santo

Uma noite de emoção e espiritualidade. O 2o Encontro das Bandeiras do Divino Espírito Santo de Barra Velha e Penha, promovido novamente na comunidade de Medeiros, interior de Barra Velha, encheu de tradição e fé o Rancho Colonial da Vovó Lili, tradicional ponto da rota de turismo rural barra-velhense. O encontro aconteceu domingo, dia 7 de maio, com a participação dos casais de imperadores da edição 2017 da principal festa religiosa católica das duas cidades – João Nestor de Souza e Maria das Neves Costa de Souza, de Penha, e os irmãos Carolina Ofélia Bernardes e Osni Bernardes, de Barra Velha.

A recepção foi novamente oferecida pela família Pereira, do casal Cesar e Lili Pereira, que além da celebração religiosa propriamente dita, ofereceu gratuitamente um jantar colonial aos convidados presentes – a alimentação gratuita é um dos itens que nos últimos dois séculos, tem composto essa tradição religiosa de origem luso-brasileira. A celebração em Medeiros iniciou com a entrada da bandeira anfitriã – Barra Velha – e a cantoria dos foliões, como são chamados os tocadores do Divino, além dos devotos e participantes do chamado peditório (roteiro que a Bandeira executa um mês antes da festa, nas casas dos fieis católicos).

Em seguida, entrou a bandeira de Penha, com o casal de imperadores da cidade vizinha e também os foliões penhenses e vários fieis da cidade convidada. Em comum, o toque musical triste e melancólico do violino, tambores e violas, característico das duas cidades, e os repentes criados no momento da cantoria. Esse momento desperta muita emoção nos fieis, em especial nos mais idosos – muitos vão às lágrimas com as canções típicas.

Entre as autoridades presentes, o historiador, professor e vereador Juliano Bernardes (PMDB), principal pesquisador da trajetória do Divino Espírito Santo em Barra Velha, o pároco local, Fred Jorge Araújo Silva, e Pedro Jeremias Borba, o Pia, presidente da Irmandade do Divino Espírito Santo de Barra Velha, instituição que, juntamente da Paróquia Divino Espírito Santo, dá suporte à manutenção da tradição. O prefeito Valter Zimmermann (DEM) e o deputado estadual Carlos Chiodini (PMDB) também marcaram presença no evento.

A família Bernardes, segundo aponta o imperador Osni, está completando um ciclo de mais 75 anos na festa. O pai de Carolina e Osni, o saudoso Lourenço Jeremias Bernardes, foi imperador pela primeira vez em 1942, e depois nos anos 2000, com sua esposa Laura; os filhos agora protagonizam mais um ano da tradição.

Além de todas as orações celebradas na noite – muitas delas seguidas de testemunhos de curas obtidas em promessas da comunidade católica ao Divino Espírito Santo, ou mesmo de fenômenos de cura obtidos durante a visita das bandeiras e atribuídos ao Divino –, houve um congraçamento geral entre os fieis. E após o jantar colonial, o momento final foi marcado por outra tradição do litoral: a dança de São Gonçalo.

Conduzida pelos criativos e bem-humorados repentes dos foliões de Penha, os fieis dançaram em honra ao santo, cuja imagem foi colocada numa mesa. Dinheiro é oferecido ao santo, enquanto duplas de dançadores se apresentam para ele, ao som dos repentes – e uma bebidinha é servida para “esquentar” o passo dos dançarinos. A tradição gera muita descontração e sorrisos entre os participantes, principalmente com a performance dos penhenses José Olavo Coelho, Ricardo Santos, Alcides Lídio dos Santos, Domingos dos Passos Leite, Roberto Antônio Leite, Marcelo Luiz de Jesus, Guegué e Zezinho.

As festas do Divino de Penha e Barra Velha acontecem de 3 a 5 de junho deste ano, e serão precedidas por novenas preparatórias de 25 de maio até dia 2 de junho. A tradição remonta ao Império Português, com simbolismos que trazem novamente um cortejo imperial, com seus integrantes, vestimentas e coroações. “Para nós da família Pereira é um grande orgulho e emoção novamente estar com o Divino, unindo as duas cidades”, destacou Lili Pereira. “Queremos que esse encontro vire uma tradição tão grande quanto a própria festa”, observou o professor Juliano Bernardes.


 
 
 

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