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Jean Leon Palliére em Barra Velha


Em 1860 o renomado pintor Jean Leon Palliére pernoitou na freguesia de Barra Velha e deixou importantes registros sobre a localidade. A sua chegada a foz do rio Itapocu se deu em um dia de chuva fina, com forte correnteza, o que tornou muito perigosa a sua travessia. No seu relato, durante algum tempo, ele e seu acompanhante gritaram por um canoeiro que pudesse fazer a transposição do rio para outra margem. Mais tarde um garoto de 12 anos numa canoa que fazia muita água, começou a guia-los para o outro lado até a chegada de um homem velho bêbado que o ajudou. Daquele ponto, o velho “Borracho” (bêbado) os conduziu pela lagoa de Barra Velha, que ele equivocadamente chamou de “rio Solitário”, onde só se via matas densas sem donos e uma cegonha (garça) levantando voo. No final da tarde ele descreve que chegou numa pequena aldeia onde todas as casas se encontravam fechadas. O seu anfitrião foi Miguel Soares da Rocha, um ex-traficante de escravos e sub delegado de Barra Velha. Soares da Rocha é descrito pelo pintor como um homem alto com uma barba cerrada e estranho sorriso, que gostava de narrar suas aventuras na costa da África, na época em que comandava um navio negreiro. O jantar que lhe foi servido foi a base de peixe seco e vinho, que ele achou excelente. Jean Leon era neto de Grandjean de Montingny (o primeiro arquiteto do Brasil) e filho do célebre pintor Julian Palliére. O artista se tornou reconhecido e consagrado pela pintura “Alegoria as artes”, que inicialmente estava fixada no teto no museu de belas artes do Rio de Janeiro.



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